Região Nordeste do Brasil
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Região Geoeconômica | Nordeste |
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Estados | ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() |
Características geográficas | |
Área | 1 558 196 km² |
População | 53 591 197 hab. IBGE/2009 |
Densidade | 32 hab./km² |
Indicadores | |
IDH médio | 0,720 médio PNUD/2005[1] |
PIB | R$ 347 797,041 milhões IBGE/2007[2] |
PIB per capita | R$ 6 749,00 IBGE/2007 |
É a região brasileira que possui o maior número de estados (nove no total): Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco (incluindo o Distrito Estadual de Fernando de Noronha e o Arquipélago de São Pedro e São Paulo), Rio Grande do Norte (incluindo a Reserva Biológica Marinha do Atol das Rocas) e Sergipe.
Na época do Brasil Colônia, a região Nordeste foi o berço da colonização portuguesa no país, de 1500 até 1532, devido ao descobrimento por Pedro Álvares Cabral com o objetivo de colonização exploratória, que neste caso consistia em extrair pau-brasil, cuja tinta da madeira era utilizada para tingir as roupas da nobreza europeia. Com a criação das capitanias hereditárias, deu-se o início da construção da primeira capital do Brasil, Salvador, em 1549. Desde o início, foi criado o governo-geral no país com a posse de Tomé de Sousa.
Em relação aos aspectos naturais, há as presenças dos climas equatorial úmido, litorâneo úmido, tropical e tropical semiárido, sendo que o último é predominante. A cobertura vegetal predominante é a Caatinga, mas também há faixas importantes de Mata dos Cocais, Mata Atlântica e Cerrado. Existem diversos tipos de plantas na caatinga, sendo uma delas o mandacaru, um tipo de cacto, que pode ser considerado como um reservatório natural de água, mas em dimensões irrisórias para o consumo do contingente da região.
Na região do sertão pode ser encontrada vários poços subterrâneos, porém sua água é água salobra. A sua dessalinização ainda é um processo caro e que pode ser um incômodo para os políticos que forem aversos ao desenvolvimento do local, já que libertaria a população da Indústria da seca. Existem grandes açudes em algumas cidades, mas que são mal utilizados. Uma solução para grandes períodos de estiagem é a criação de cisternas. Esse fato constitui-se um dos principais problemas da gestão integrada de recursos hídricos no Brasil.
Em áreas que estão afastadas do oceano e isoladas por regiões montanhosas como o Planalto da Borborema ocorre a escassez de água causada pela estiagem, principalmente em períodos em que o fenômeno El Niño se manifesta. Em um períodos de longas secas, como nas décadas de 1950 a 1980,[3] vários nordestinos morrem de sede, inanição ou de doenças e problemas de saúde causados pela seca, fazendo com que muitos dos sobreviventes se mudassem para outras regiões. Entretanto, parte do Maranhão não sofre com problemas de seca, por estar situado às margens do complexo regional da Amazônia.
O Nordeste é também conhecido, nacionalmente, pelos seus dialetos e sotaques próprios. A característica mais conhecida é a do sotaque chamado, vulgarmente, "arrastado", devido ao excessivo uso de exclamações durante o diálogo em algumas áreas da região, além de expressões únicas.
Índice[esconder] |
História
A região foi o palco do descobrimento durante o século XVI. Portugueses chegaram em uma expedição no dia 22 de abril de 1500, liderados por Pedro Álvares Cabral, na atual cidade de Porto Seguro, no estado da Bahia.
Entre 1630 e 1654, a região foi dominada por neerlandeses e foi uma colônia da República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos (hoje Países Baixos), sendo chamada de Nova Holanda, além de ter sido conquistada em parte pela França na chamada França Equinocial.
A cidade de Salvador foi a primeira sede do governo-geral no Brasil, pois estava estrategicamente localizada em um ponto médio do litoral. O governo-geral foi uma tentativa de centralização do poder para auxiliar as capitanias, que estavam passando por um momento de crise. A atividade açucareira é até hoje a principal atividade agrícola da região.
As datas de fundação das capitais nordestinas são:
- Recife - 1537
- Salvador - 1549
- João Pessoa - 1585
- Natal - 1599
- São Luís - 1612
- Fortaleza - 1726
- Maceió - 1815
- Teresina - 1852
- Aracaju - 1855
Teresina é a única capital que não se situa no litoral.
Geografia

Estados do Nordeste (em sentido horário):1 • Maranhão, 2 • Piauí, 3 • Ceará, 4 • Rio Grande do Norte, 5 • Paraíba, 6 • Pernambuco, 7 • Alagoas, 8 • Sergipe e 9 • Bahia.
Está situado entre os paralelos de 01° 02' 30" de latitude norte e 18° 20' 07" de latitude sul e entre os meridianos de 34° 47' 30" e 48° 45' 24" a oeste do meridiano de Greenwich. Limita-se a norte e a leste com o oceano Atlântico, ao sul com os estados de Minas Gerais e Espírito Santo e a oeste com os estados do Pará, Tocantins e Goiás.
Relevo
Segundo o professor Jurandyr Ross, que com sua equipe compilou informações do Projeto Radam (Radar da Amazônia) e mostrou uma divisão do relevo brasileiro mais rica e subdivida em 28 unidades, no Nordeste ficam localizados os já citados planalto da Borborema e planaltos e chapadas da bacia do rio Parnaíba, a depressão Sertaneja-São Francisco e parte dos planaltos e serras do leste-sudeste, além das planícies e tabuleiros litorâneos.[4]
Clima
- Clima Equatorial Úmido: presente em uma pequena parte do estado do Maranhão, na divisa com o Pará;
- Clima Litorâneo Úmido: presente do litoral da Bahia ao do Rio Grande do Norte;
- Clima Tropical: presente nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí;
- Clima Tropical Semiárido: presente em todo o sertão nordestino.
Vegetação
A vegetação nordestina vai desde a Mata Atlântica no litoral à Mata dos Cocais no Meio-Norte, ecossistemas como os manguezais, a caatinga, o cerrado, as restingas, dentre outros, possuem fauna e flora exuberantes, diversas espécies endêmicas e animais ameaçados de extinção.- Mata Atlântica: também chamada de Floresta tropical úmida de encosta, a mata atlântica estendia-se originalmente do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, em consequência dos desmatamentos, que ocorreram em função, principalmente, da indústria açucareira, hoje só resta cerca de 5% da vegetação original, dispersas em "ilhas". Foi na mata atlântica nordestina que começou o processo de extração do pau-brasil.
- Mata dos Cocais: formação vegetal de transição entre os climas semi-árido, equatorial e tropical. As espécies principais são o babaçu e a carnaúba, os estados abrangidos por esse tipo de vegetação são o Maranhão, o Piauí, o Rio Grande do Norte, parte do Ceará e o Tocantins na região Norte. Representa menos de 3% da área do Brasil.
- Cerrado: ocupa 25% do território brasileiro, mas no Nordeste só abrange o sul do estado do Maranhão e o oeste da Bahia. Apresenta árvores de baixo porte, com galhos retorcidos, no chão é coberto por gramíneas e apresenta um solo de alta acidez.
- Caatinga: vegetação típica do sertão, suas principais espécies são o pereiro, a aroeira, as leguminosas e as cactáceas. É uma formação de vegetais xerófitos (vegetais de regiões secas), mas é muito rica ecologicamente.
- Vegetações Litorâneas e Matas Ciliares: por último, mas não menos importante. Na categoria de vegetação litorânea podemos incluir os mangues, que é um riquíssimo ecossistema, local de moradia e reprodução dos caranguejos e importante para a preservação de rios, lagoas; também podemos incluir as restingas e as dunas; já as matas ciliares ou matas-galerias são comuns em regiões de cerrados, mas também podem ser vistas na Zona da Mata, são pequenas florestas que acompanham as margens dos rios, onde existe maior concentração de materiais orgânicos no solo, funcionam como uma proteção para os rios e mares.
Hidrografia
- Bacia do São Francisco: é a principal da região, formada pelos rios São Francisco e seus afluentes. São praticadas atividades de pesca, navegação e produção de energia elétrica pelas hidrelétricas de Três Marias, Sobradinho, Paulo Afonso e Xingó, delimita as divisas naturais de Bahia com Pernambuco e também de Sergipe e Alagoas, que é onde está localizada sua foz.
- Bacia do Parnaíba: é a segunda mais importante, ocupando uma área de cerca de 344.112 km² (3,9% do território nacional) e drena quase todo o estado do Piauí, parte do Maranhão e Ceará. O rio Parnaíba é um dos poucos no mundo a possuir um delta em mar aberto, com uma área de manguezal de, aproximadamente, 2.700 km².
- Bacia do Atlântico Nordeste Oriental: ocupa uma área de 287.384 km², que abrange os estados do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. Os rios principais são o Jaguaribe, Piranhas-Açú, Capibaribe, Acaraú, Curimataú, Mundaú, Paraíba, Itapecuru, Mearim e Una, (esses três últimos no estado do Maranhão).
- Bacia do Atlântico Nordeste Ocidental: situada entre o Nordeste e a região Norte, fica localizada, quase que em sua totalidade, no estado do Maranhão. Algumas de suas sub-bacias constituem ricos ecossistemas, como manguezais, babaçuais, várzeas, etc.
- Bacia do Atlântico Leste: compreende uma área de 364.677 km², dividida entre 2 estados do Nordeste (Bahia e Sergipe) e dois do Sudeste (Minas Gerais e Espírito Santo). Na bacia, a pesca é utilizada como atividade de subsistência.
Zonas geográficas (sub-regiões)
- Meio-norte: o meio-norte é uma faixa de transição entre a Amazônia e o sertão, abrange os estados do Maranhão e Piauí, também é chamada de Mata dos Cocais, devido as palmeiras de babaçu e carnaúba, no litoral chove cerca de 2.000 mm anuais, indo mais para o leste e/ou para o interior esse número cai para 1.500 mm anuais, já no sul do Piauí, uma região mais parecida com o sertão só chove 700 mm por ano, em média.
- Sertão: o sertão fica localizado, geralmente, no interior do Nordeste, possui clima semi-árido, em estados como Ceará e Rio Grande do Norte chega a alcançar o litoral, descendo mais ao sul, o sertão alcança o norte de Minas Gerais, no Sudeste. As chuvas são irregulares e escassas, existem constantes períodos de estiagem, a vegetação típica é a caatinga.
- Agreste Nordestino: o agreste é uma zona de transição entre a Zona da Mata e o Sertão, localizado no alto do planalto da Borborema, é um obstáculo natural para a chegada das chuvas ao sertão, se estendendo do sul da Bahia até o Rio Grande do Norte. O principal acidente geográfico da região é o planalto da Borborema. Do lado leste do planalto estão as terras mais úmidas (Zona da Mata); do outro lado, para o interior, o clima vai ficando cada vez mais seco (sertão).
- Zona da Mata: localizada no leste, entre o planalto da Borborema e a costa, fica a Zona da Mata, que se estende do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia, as chuvas são abundantes. A zona recebeu este nome por ter sido coberta pela Mata Atlântica. Os cultivos de cana-de-açúcar e cacau substituíram as áreas de florestas. O povoamento desta região é muito antigo.
Demografia
As maiores cidades nordestinas, em termos populacionais, são: Salvador, Fortaleza, Recife, São Luís, Natal, Teresina, Maceió, João Pessoa, Jaboatão dos Guararapes, Feira de Santana, Aracaju, Olinda, Campina Grande, Caucaia, Paulista, Vitória da Conquista, Caruaru, Petrolina, Juazeiro do Norte e Mossoró. Todos esses municípios possuem mais de 250 mil habitantes, segundo as listas de municípios de estados do Nordeste por população.
Cidades mais populosas da Região Nordeste do Brasil | ||||||||||
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Posição | Cidade | Estado | População | Posição | Cidade | Estado | População | ![]() Salvador ![]() Fortaleza ![]() Recife | ||
1 | Salvador | ![]() | 2 998 056 | 11 | Aracaju | ![]() | 544 039 | |||
2 | Fortaleza | ![]() | 2 505 552 | 12 | Olinda | ![]() | 397 268 | |||
3 | Recife | ![]() | 1 561 659 | 13 | Campina Grande | ![]() | 383 764 | |||
4 | São Luís | ![]() | 997 098 | 14 | Caucaia | ![]() | 334 364 | |||
5 | Maceió | ![]() | 936 314 | 15 | Paulista | ![]() | 319 373 | |||
6 | Natal | ![]() | 806 203 | 16 | Vitória da Conquista | ![]() | 318 901 | |||
7 | Teresina | ![]() | 802 537 | 17 | Caruaru | ![]() | 298 501 | |||
8 | João Pessoa | ![]() | 702 235 | 18 | Petrolina | ![]() | 281 851 | |||
9 | Jaboatão dos Guararapes | ![]() | 687 688 | 19 | Juazeiro do Norte | ![]() | 249 829 | |||
10 | Feira de Santana | ![]() | 591 707 | 20 | Mossoró | ![]() | 244 287 | |||
Fonte: IBGE, estimativa populacional 2009[7] |
Regiões metropolitanas
Nome | População |
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Região Metropolitana de Salvador | 3 866 004 |
Região Metropolitana do Recife | 3 768 902 |
Região Metropolitana de Fortaleza | 3 568 981 |
Região Metropolitana de Natal | 1 312 123 |
Região Metropolitana de São Luís | 1 303 960 |
Região Metropolitana de Maceió | 1 160 393 |
Região Metropolitana de João Pessoa | 1 090 624 |
Região Metropolitana de Aracaju | 794 475 |
Nome | População |
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Região Metropolitana de Campina Grande | 687 545 |
Região Metropolitana do Agreste | 605 057 |
Região Metropolitana do Cariri | 560 325 |
Região Metropolitana do Sudoeste Maranhense | 334 650 |
Regiões integradas de desenvolvimento
Além das regiões metropolitanas, algumas cidades nordestinas são núcleos duma região integrada de desenvolvimento (RIDE). São elas por ordem de população:Nome | População |
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Grande Teresina | 1 092 721 |
Polo Petrolina e Juazeiro | 812 515 |
Grupos étnicos
Cor/Raça (2006)[10] | |
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Parda | 62,5% |
Branca | 29,2% |
Negra | 7,8% |
Indígena e amarela | 0,5% |
A miscigenação étnica e cultural desses três elementos foi o pilar para a composição da população do Nordeste, porém essa mistura de raças não aconteceu de forma uniforme. Em algumas regiões, como no Ceará, na Paraíba e no Rio Grande do Norte, predominaram os caboclos,[carece de fontes] já em outras, como a Bahia, Piauí, Pernambuco Oriental e o Maranhão, os mulatos predominam.[carece de fontes] Os cafuzos também são muito comuns no Maranhão.[carece de fontes]
Em torno de um quarto dos nordestinos tem ancestralidade predominantemente européia, sobretudo portuguesa.[11] Pesquisas genéticas recentes feitas por um laboratório genético brasileiro descobriu que 19% desses nordestinos brancos têm alguma ancestralidade holandesa..[12] Entre nordestinos de outras etnias, a influência genética holandesa não foi avaliada, mas é presente.[carece de fontes]
Distribuição populacional e urbanização

Martins, cidade serrana do estado do Rio Grande do Norte. Com um pouco mais de oito mil habitantes, a cidade é um exemplo de como a densidade populacional do interior brasileiro é baixa.
Já no sertão nordestino e interior, os níveis de densidade populacional são mais baixos, por causa do clima semiárido e da vegetação de caatinga. Ainda assim, a densidade demográfica no semiárido nordestino é uma das mais altas do mundo para esse tipo de área climática.[13] Em parte, entretanto, pode-se atribuir à relativa superpopulação da região à má infraestrutura e pouco desenvolvimento econômico e tecnológico, uma vez que se verificam áreas semiáridas de grande desenvolvimento que suportam densidades ainda maiores, como Israel e certos estados estadunidenses como o Texas e parte da Califórnia.
De acordo com os dados do IBGE (2004), 71,5% da dos nordestinos estão em áreas urbanas.[14] No período 1991-1996, a população rural no total da população teve queda de 45,8%.[15]
A urbanização do Nordeste foi mais lenta em relação ao resto do país, mas se acelerou nas últimas décadas.[16] A tabela abaixo mostra a evolução da quantidade percentual da população urbana na região e nos estados em 1991 e no período 1997 a 2004.
Região/Estado | 1991 (%) | 1997 (%) | 1998 (%) | 1999 (%) | 2000 (%) | 2001 (%) | 2002 (%) | 2003 (%) | 2004 (%) | |
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Alagoas | 58,95 | 65,40 | 64,87 | 65,30 | 68,01 | 67,68 | 67,76 | 66,94 | 66,24 | |
Bahia | 59,12 | 62,10 | 61,53 | 61,61 | 67,12 | 67,08 | 66,30 | 66,41 | 67,62 | |
Ceará | 65,37 | 66,50 | 67,55 | 67,02 | 71,53 | 74,51 | 75,08 | 75,67 | 76,52 | |
Maranhão | 40,01 | 43,40 | 42,29 | 43,56 | 59,53 | 65,30 | 66,34 | 67,69 | 68,10 | |
Paraíba | 64,10 | 66,20 | 65,99 | 66,09 | 71,06 | 74,92 | 73,32 | 76,35 | 75,80 | |
Pernambuco | 70,87 | 76,20 | 76,09 | 76,27 | 76,51 | 74,70 | 75,55 | 75,02 | 75,48 | |
Piauí | 52,95 | 58,60 | 58,81 | 57,48 | 62,91 | 62,80 | 60,93 | 61,96 | 62,41 | |
Rio Grande do Norte | 69,10 | 66,00 | 64,89 | 65,52 | 73,35 | 73,19 | 74,69 | 72,41 | 73,96 | |
Sergipe | 67,22 | 71,40 | 70,46 | 70,14 | 71,35 | 79,94 | 81,37 | 81,33 | 82,14 | |
Região Nordeste | 60,65 | 63,70 | 63,47 | 63,57 | 69,07 | 70,48 | 70,54 | 70,84 | 71,50 |
Migração nordestina

Cena do interior do Nordeste do Brasil. Aqui, moradores do município de Caraúbas do Piauí são transportados uma camionete ao estilo "pau-de-arara".
Nos últimos anos, o movimento tradicional de emigração tem reduzido ou até se invertido na região Nordeste. Segundo o estudo "Nova geoeconomia do emprego no Brasil", da Universidade de Campinas (Unicamp),[carece de fontes] os estados do Ceará, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte receberam mais migrantes entre 1999 e 2004 do que enviaram para outras regiões. O estado da Paraíba, segundo a mesma pesquisa, foi o exemplo mais radical da transformação por que tem passado os padrões migratórios na região: inverteu o padrão migratório do saldo negativo de 61 mil pessoas para o saldo positivo de 45 mil. Em todos os outros Estados que continuam a contar com um saldo migratório negativo, o número de migrantes diminuiu no mesmo período analisado: no Maranhão, diminuiu de 173 mil para 77 mil; em Pernambuco, de 115 mil para 24 mil; e na Bahia, de 267 mil para 84 mil. Os estudiosos,[quem?] em geral, concordam que os movimentos migratórios continuam intensos, sendo que não mais se dirigem quase que exclusivamente à região Sudeste, mas sim se concentram em direção às metrópoles nacionais nordestinas, como Fortaleza, Salvador e Recife.
Economia

Campina Grande no estado da Paraíba é um dos principais pólos industriais e tecnológicos do interior da Região Nordeste.
Em 2003 seu PIB era de R$214 bilhões[carece de fontes] ou 13,8% do PIB brasileiro, superando o de países como Chile, Singapura, Venezuela, Colômbia e Peru. Apesar disso, há grandes desigualdades socioeconômicas na região.
Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto da região Nordeste chegou à atingir 280.504.256 de reais em 2005.[carece de fontes] Pelas contas da Sudene, o PIB real do Nordeste cresceu entre 1970 e 1997 a uma taxa anual de 5,3%, enquanto a taxa média do Brasil ficou em 4,5%.[carece de fontes]
A região é vista por muitos economistas[quem?] como uma das mais promissoras do mundo ocidental,[carece de fontes] pois tem cerca de 30% da população brasileira e grande parte de seus habitantes ainda fora do mercado consumidor. Segundo o economista José Otamar de Carvalho a renda per capita regional equivale a 60% da renda do Sudeste (40% em 1960), mas o percentual de renda apropriado pelos 10% mais ricos chega a cerca de 50%.[carece de fontes]
Setor primário
Agricultura
A cana-de-açúcar é o principal produto agrícola da região,[carece de fontes] produzido principalmente por Alagoas, seguido por Pernambuco e Paraíba. Também é importante destacar os plantios de algodão (Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte), tabaco (Bahia) e caju (Piauí, Paraíba e Ceará), uvas finas, manga, melão, acerola e outros frutos para consumo interno e exportação. Também destaca-se a produção de feijão em Irecê e de soja em Barreiras, Bahia. Nos vales do rio São Francisco (Bahia e Pernambuco) e do Rio Açu (Rio Grande do Norte) existe o cultivo irrigado de frutas para exportação. No sertão predomina a agricultura de subsistência, prejudicada, às vezes, pelas constantes estiagens.Pecuária

Cerrado em Feira de Santana na Bahia, cidade mais populosa do interior nordestino foi originada a partir de uma feira de gado.
As feiras de gado são comuns nas cidades do agreste nordestino, foram estas feiras que deram origem a cidades como Campina Grande, Feira de Santana, Caruaru e outras.[carece de fontes]
Setor secundário
Indústria
É mais forte e diversificada em regiões metropolitanas como a do Recife, a de Salvador e a de Fortaleza. Excetuando as capitais, tem-se a região de Campina Grande no estado da Paraíba.Destaca-se a produção de aços especiais, produtos eletrônicos, equipamentos para irrigação, barcos, chips, softwares, baterias e produtos petroquímicos, além de produtos de marca com valor agregado, calçados de couro e de lona, tecidos de todos os tipos e sal marinho e indústria automobilística. O pólo gesseiro de Araripina, em Pernambuco, é o mais importante do país, responsável por 95% do gesso consumido no Brasil..[20]
Indústria petrolífera

Mossoró, segunda maior cidade do estado do Rio Grande do Norte e o maior produtor de petróleo em terra do Brasil.[21]
Os principais produtores nordestino de Petróleo são o Rio Grande do Norte (que em 1997 era o 2º maior produtor petrolífero do país), a Bahia e Sergipe, as principais bacias estão no mar.
Destaque também para o gás natural que é abundante na região. Somente a bacia Alagoas/Sergipe vai durar por cerca de 120 anos[carece de fontes].
Setor terciário
Ciência e tecnologia
Ratificando o processo de descentralização da pesquisa da ciência e da tecnologia, em Salvador, no dia 17 de julho de 2009, após um ano de construção e um investimento de 30 milhões de reais, foi inaugurado o primeiro centro de biotecnologia localizado nas regiões Norte e Nordeste: o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael (CBTC), o mais moderno e avançado centro de estudos de células-tronco da América Latina.[25][26][27] Além disso, em 2010 foi inaugurado o chamado "Campus do Cérebro" em Macaíba no estado do Rio Grande do Norte, que é um centro de pesquisa e desenvolvimento da neurociência e que conta com um projeto de inclusão social, bem como a parte científica. Outros projetos são a Cidade da Ciência e a Metrópole Digital,[28] também no Rio Grande do Norte.
Turismo
O ecoturismo ainda é pouco explorado no Nordeste, mas tem grande potencialidade. Ainda assim, dentre os dez principais destinos ecoturísticos brasileiros, aparecem quatro paisagens localizadas na região Nordeste do Brasil, onde é possível escolher entre ilhas (Arquipélago de Fernando de Noronha em Pernambuco), dunas (Lençóis Maranhenses no Maranhão), mata atlântica em alta altitude (Chapada Diamantina na Bahia) e arqueologia na caatinga (Parque Nacional da Serra da Capivara no Piauí).[29]
O arquipélago de Fernando de Noronha também está ganhando destaque nacional e mundial,[carece de fontes] pelas ilhas é possível avistar os golfinhos saltadores. Outro lugar de destaque é o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, um complexo de dunas, rios, lagoas e manguezais. No Piauí, encontram-se os parques nacionais Sete Cidades, serra das Confusões e da serra da Capivara com formação rochosa e pinturas rupestres. Além de seu litoral possuir o Delta do Parnaíba. Outro destaque são as dunas e os dromedários de Genipabu e o maior cajueiro do mundo, ambos no Rio Grande do Norte.
A cultura da região é também um atrativo para o turista. Todos os estados tem folguedos e tradições diferentes. Olinda, em Pernambuco, com vestígios do Brasil Neerlandês, São Luís, no Maranhão, com os da França Equinocial, Salvador, na Bahia, com os da sede político-administrativa do Brasil Colonial, e Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália, na Bahia, com os da chegada das esquadras do descobrimento do Brasil, são os atrativos histórico-culturais da região, sendo os três primeiros considerados patrimônios culturais da humanidade pela UNESCO.
O turismo religioso vem crescendo cada vez mais na região,[carece de fontes] destacando-se os municípios de Juazeiro do Norte e Canindé, ambos no Ceará; e Bom Jesus da Lapa na Bahia. Também merece destaque o município de Santa Cruz no Rio Grande do Norte, com a construção do Alto de Santa Rita de Cássia, que será a maior estátua da América.[30] Outra cidade que tem se destacado é São José de Ribamar, no Maranhão, que no mês de setembro reúne grande quantidade de fiéis dos estados nordestinos e do Estado do Pará. Há inclusive uma grande estátua de São José, que pode ser acessada por visitantes, que possui uma vista para o mar.
Infraestrutura
Transportes
Atualmente, apenas o Recife dispõe de um sistema de metrô. Os metrôs de Fortaleza e de Salvador já estão em construção e devem entrar em operação nos próximos anos. Há também projetos em estudo[carece de fontes] para serem implantados metrô de superfície (VLT) em Natal, Maceió e João Pessoa. Outros projetos fora das capitais são os VLT do Cariri em Juazeiro do Norte e o de Arapiraca.[32]
Cultura
A riqueza cultural dessa região é visível para além de suas manifestações folclóricas e populares. A literatura nordestina tem dado contribuições para o cenário literário brasileiro, destacando-se nomes como Jorge Amado, José de Alencar, João Cabral de Melo Neto, Rachel de Queiroz, Clarice Lispector, Graciliano Ramos e Manuel Bandeira, dentre muitos outros. O Maranhão é o Estado nordestino que mais se destacou e ainda se destaca no campo da Literatura Nacional, tais com os escritores: Gonçalves Dias, Aluísio Azevedo, Arthur Azevedo, Coelho Neto, Sousândrade, Viriato Correia, Ferreira Gullar, José Louzeiro, José Sarney, Raimundo Correia, Josué Montello e muitos outros.No Ceará, o movimento da Padaria Espiritual, no fim do século XIX, antecipou algumas das renovações trazidas com o modernismo, no anos 1920 do século seguinte.
Na literatura pode-se citar a literatura popular de cordel que remonta ao período colonial (a literatura de cordel veio com os portugueses e tem origem na Idade média europeia) e numerosas manifestações artísticas de cunho popular que se manifestam oralmente, tais como os cantadores de repentes e de embolada.

O maracatu, parte da cultura e folclore nordestino, reflete a miscigenação étnico-cultural entre africanos, indígenas e portugueses no Nordeste.
Na música popular, destacam-se ritmos tais como coco, xaxado, martelo agalopado, samba de roda, baião, xote, forró, Axé e frevo, dentre outros ritmos. O movimento armorial do Recife, inspirado por Ariano Suassuna, fez um trabalho erudito de valorização desta herança rítmica popular nordestina (um de seus expoentes mais conhecidos é o cantor Antônio Nóbrega).
Na dança, destacam-se o maracatu, praticado em diversas partes do Nordeste, o frevo (característico de Pernambuco) o bumba-meu-boi, o xaxado, diversas variantes do forró, o tambor-de-crioula (característico do Maranhão), etc. As músicas folclóricas quase sempre são acompanhadas de danças.
O artesanato é também uma parte relevante da produção cultural do Nordeste, sendo inclusive o ganha-pão de milhares de pessoas por toda a região. Devido à variedade regional de tradições de artesanato, é difícil caracterizá-los todos, mas destacam-se as redes tecidas e, às vezes, bordadas com muitos detalhes; os produtos feitos em argila, madeira (por exemplo, da carnaúba, árvore típica do sertão) e couro, com traços bastante particulares; além das rendas, que ganharam destaque no artesanato cearense. Outro destaque são as garrafas com imagens feitas manualmente em areia colorida, um artigo produzido para venda para turistas. No Maranhão, destacam-se artesanatos feitos da fibra do buriti (palmeira), assim como artesanatos e produtos do babaçu (palmeira nativa do Maranhão).

O Rio Grande do Norte é o maior produtor de camarão do país. Já o Ceará é o maior exportador do produto no Brasil.[33]
Festividades

Grupo de quadrilha de São João, a mais tradicional festa da cultura nordestina (quadrilha da Festa do São Pedro de Belém na Paraíba).
No Carnaval há destaques para as festas de Salvador, Recife-Olinda e Caicó, respectivamente, o primeiro, segundo e terceiro maiores carnavais da região.[34] Estes dois últimos são considerados os mais democráticos pois não é necessário a compra de abadás para a folia, além de outras no interior dos estados. As micaretas, que são os carnavais fora de época, destacam-se o "Carnatal" em Natal; o "Fortal" em Fortaleza; o "Pré-Caju" em Aracaju; e a "Micarande" em Campina Grande. Há também o "bumba-meu-boi" em Maceió e em São Luís do Maranhão.
Quando vai se aproximando o São João, as cidades de Caruaru, em Pernambuco, e a de Campina Grande na Paraíba disputam pelo título de "Capital do Forró". Destacam-se também pelo seu São João as cidades de Juazeiro do Norte no Ceará; Mossoró no Rio Grande do Norte; e Aracaju em Sergipe.
Há também festivais de música como o "Piauí Pop" em Teresina; o "Mada" em Natal; o "Abril Pro Rock" no Recife; o "Ceará Music" em Fortaleza; o "Fest Verão Paraíba" em João Pessoa; o "Festival de Verão de Salvador" na capital baiana e o "Maceió Fest" em Maceió.
Esportes
A seleção brasileira de futebol costuma fazer partidas no Nordeste. O estádio Castelão, em Fortaleza, o estádio do Arruda, no Recife, o estádio Rei Pelé em Maceió e, recentemente, o estádio de Pituaçu, em Salvador, são os locais onde a seleção costuma jogar. O Estádio da Fonte Nova, em Salvador também recebia partidas, mas ele está interditado por causa de um acidente envolvendo vítimas fatais em 2007.[35]
No automobilismo, a região Nordeste também recebe duas etapas anuais da Fórmula Truck, uma no Autódromo Internacional Ayrton Senna em Caruaru, e uma no Autódromo Internacional Virgílio Távora em Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza. Além de uma etapa da Stock Car nas ruas do Centro Administrativo da Bahia, em Salvador.
Durante a Copa do Mundo FIFA de 2014, o Nordeste contará com quatro cidades-sede: Salvador, Recife, Natal e Fortaleza. Rede de transportes, hotelaria e hospitais devem sem construídos, ampliados ou reformados, além, da reforma ou construção de novos estádios. Em Salvador, o Estádio da Fonte Nova, será completamente reformado, assim como o Estádio Castelão, em Fortaleza. Já no Recife, será construído um complexo com hospital, residências, shopping e a Arena Cidade da Copa, que ficará situada na cidade de São Lourenço da Mata, região metropolitana do Recife. Em Natal, o atual estádio Machadão será demolido e, em seu lugar, será erguida a Arena das Dunas. Os quatro estádios estarão no padrão FIFA. Outras capitais nordestinas também se candidataram para sediar o evento: João Pessoa, Teresina e Maceió. Será a segunda vez que o Nordeste participa de uma copa do mundo. Em 1950, o Recife realizou a partida entre Chile e Estados Unidos, na ocasião, a Ilha do Retiro foi palco do jogo.
Problemas sociais
O Nordeste é a região mais pobre do Brasil, com os piores indicadores socioeconômicos do país, tais como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Os baixos indicadores são mais graves nas áreas rurais e no sertão nordestino, que sofre longos períodos sem chuva. Setenta por cento dos mil municípios de menor índice de desenvolvimento humano do país estão em áreas semi-áridas ou sub-úmidas, mas não se pode afirmar uma relação direta entre a pobreza e o clima semi-árido, dado que várias cidades bastante áridas possuem IDH maior que o de outras mais úmidas e, comparando-se os estados, o Ceará, em grande parte incluso no sertão nordestino, possui apenas 30% dos municípios nessa lista, enquanto Alagoas, com 53% dos municípios sujeitos à desertificação, têm 75% dos municípios entre os 1000 piores IDH.[36]Durante o Brasil Colônia - até meados do século XVII -, quando a produção de açúcar se destacava na pauta de exportações coloniais, a região possuía a área mais próspera do Brasil - a capitania de Pernambuco (juntamente com a capitania de São Vicente, foram as únicas capitanias de sucesso logo no início da exploração). Desde o fim da rentabilidade da exploração do açúcar na Zona da Mata (faixa outrora ocupada por mata atlântica, no litoral oeste nordestino), a região entrou em decadência econômica. Em meados do século XX passou a se recuperar num ritmo mais rápido que o Brasil em indicadores como IDH e PIB per capita. Entre 1991 e 2005, o IDH regional avançou 16,3%, o maior crescimento do Brasil (em comparação, o Centro-Oeste e Sudeste cresceram 10,9% e o Sul, 8,5%).[37] Ademais, a Região Nordeste foi a que mais reduziu a mortalidade infantil desde 1991, passando de 70,9 por mil nascidos vivos para 31,5 por mil em 2005, e deverá ser a primeira região brasileira a atingir, em 2010, a meta para a mortalidade infantil estabelecida pelos Objetivos do Milênio.[38] Apesar da progressiva melhoria, ainda mantém de longe o maior nível de pobreza e o menor nível de renda do país.

Caicó no estado do Rio Grande do Norte possui o maior índice de desenvolvimento humano (IDH) do interior nordestino.[39]
De acordo com uma pesquisa divulgada em 2006 e realizada pelo professor da Universidade Federal de Pernambuco, Luiz Honorato da Silva Júnior, a baixa escolaridade é o principal fator para a pobreza no Nordeste. Também foram encontrados os seguintes resultados com relação à pobreza no Nordeste: os estados de Alagoas, Rio Grande do Norte e Bahia que são os estados com menor número de pobres na região e entre os estados com o maior número de pobres estão o Piauí, a Paraíba e o Maranhão.[41]
Numa pesquisa feita para elaborar o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), que mede a probabilidade de um adolescente entre 12 e 18 anos ser assassinado, Maceió (6,03, nono pior IHA) e Recife (6,0, décimo pior IHA) são as únicas capitais estaduais brasileiras presentes entre as dez cidades com mais jovens assinados a cada mil.[47] Incluídas entre essas cidades com os dez piores resultados estão também Olinda (6,5, quarto pior IHA) e Jaboatão dos Guararapes (6,0, oitavo pior IHA), as duas estão localizadas na Região Metropolitana de Recife.[47] Entretanto, a região Nordeste não é a que concentra os mais altos IHA, e, sim, a Sudeste.[48] Já entre os melhores IHA, estão dois municípios nordestinos: Maranguape, no Ceará, e Codó, no Maranhão.[48]
Numa pesquisa feita para elaborar o de Homicídios na Adolescência (IHA), que mede a probabilidade de um adolescente ser assassinado, entre as vintes cidades com mais jovens assinados a cada mil estão Recife e Maceió, as únicas capitais estaduais brasileiras.
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