Pernambuco
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Estado de Pernambuco | |||||
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Hino: Hino de Pernambuco | |||||
Gentílico: Pernambucano (a) | |||||
Localização | |||||
- Região | Nordeste | ||||
- Estados limítrofes | Bahia, Piauí, Alagoas, Ceará e Paraíba | ||||
- Mesorregiões | 5 | ||||
- Microrregiões | 18 | ||||
- Municípios | 185 | ||||
Capital | ![]() | ||||
Governo | 2007 a 2010 | ||||
- Governador(a) | Eduardo Campos (PSB) | ||||
- Vice-governador(a) | João Lyra Neto (PDT) | ||||
- Deputados federais | 25 | ||||
- Deputados estaduais | 49 | ||||
- Senadores | Jarbas Vasconcelos (PMDB)Marco Maciel (DEM)Sérgio Guerra (PSDB) | ||||
Área | |||||
- Total | 98 311,616 km² (19º) [1] | ||||
População | 2009 | ||||
- Estimativa | 8 810 256 hab. (7º)[2] | ||||
- Densidade | 89,62 hab./km² (6º) | ||||
Economia | 2007[3] | ||||
- PIB | R$62 555 687 mil (10º) | ||||
- PIB per capita | R$7 337 (21º) | ||||
Indicadores | 2008[4] | ||||
- Esper. de vida | 68,7 anos (25º) | ||||
- Mort. infantil | 37,1‰ nasc. (25º) | ||||
- Analfabetismo | 17,9% (21º) | ||||
- IDH (2005) | 0,718 (23º) – médio[5] | ||||
Fuso horário | UTC-3 | ||||
Clima | tropical atlântico (no litoral) e semi-árido (no agreste e sertão) Am, Bsh | ||||
Cód. ISO 3166-2 | BR-PE | ||||
Site governamental | www.pe.gov.br | ||||
A origem do nome Pernambuco é controversa, alguns estudiosos afirmam que era a denominação nas línguas indígenas locais da época do descobrimento para o pau-brasil (Caesalpinia echinata). A mais aceita no entanto é que o nome vem do tupi Paranã-Puca, que significa "onde o mar se arrebenta", uma vez que a maior parte do litoral do estado é protegida por paredões de recifes de coral.
O município mais populoso é o Recife, sede da Região Metropolitana do Recife (RMR), seguido em população por Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista, que também se encontram na RMR. Outros municípios importantes são Vitória de Santo Antão e Goiana, na Zona da Mata; Caruaru e Garanhuns, no Agreste; Petrolina, na Região do São Francisco; e Arcoverde, Serra Talhada, Salgueiro e Araripina, no Sertão.
O estado possui o Aeroporto Internacional do Recife, que é o maior da região em capacidade anual de passageiros[6] e está entre os mais modernos do país, tendo sido eleito um dos 5 melhores aeroportos do mundo pelas companhias de aviação.[7] Ele também possui os portos do Recife e de Suape, os dois localizados na Região Metropolitana do Recife. O estado está em grande crescimento econômico desde os anúncios da Refinaria Abreu e Lima, do Polo Famacoquímico e de Biotecnologia e do Estaleiro Atlântico Sul.[8]
Índice[esconder] |
[editar] História
Após a expulsão holandesa, o estado passou a declinar junto com restante do Nordeste, devido à transferência do centro político-econômico para o Sudeste, o que resultou em conflitos como a Revolução Pernambucana e a Confederação do Equador, movimento separatista pernambucano. A qualidade do açúcar refinado holandês, agora produzido nas Antilhas, superior ao mascavo brasileiro, também ajudou a acelerar a decadência do estado, que era baseado nos latifúndios de cultivo de cana-de-açúcar. Buscando novos meios de renda, aumenta o comércio no estado gradativamente. Este efeito foi estopim de revoltas como a Guerra dos Mascates.
Atualmente há diversos Engenhos de cana-de-açúcar abertos a visita, permitindo um mergulho profundo na cultura da região através do turismo rural.
[editar] Capitania de Pernambuco
[editar] Domínio holandês
Os holandeses conquistam a capitania de Pernambuco em fevereiro de 1630 e estabelecem a colônia Nova Holanda.
Atualmente, a maioria dos habitantes do cariri pernambucano é descendente de holandeses.[11]
[editar] Insurreição Pernambucana
O sucesso deu ao líder Antônio Dias Cardoso o apelido de Mestre das Emboscadas. Os holandeses que sobreviveram seguiram para Casa Forte, sendo novamente derrotado pela aliança dos mazombos, índios nativos e escravos negros. Recuaram novamente para as casas-forte em Cabo de Santo Agostinho, Pontal de Nazaré, Sirinhaém, Rio Formoso, Porto Calvo e Forte Maurício, sendo sucessivamente derrotados pelos insurretos..
Por fim, Olinda foi recuperada pelos rebeldes. Cercados e isolados pelos rebeldes numa faixa que ficou conhecida como Nova Holanda, indo do Recife a Itamaracá, os invasores começaram a sofrer com a falta de alimentos, o que os levou a atacar plantações de mandioca nas vilas de São Lourenço, Catuma e Tejucupapo. Em 24 de abril de 1646, ocorreu a famosa Batalha de Tejucupapo, onde mulheres camponesas armadas de utensílios agrícolas e armas leves expulsaram os invasores holandeses, humilhando-os definitivamente. Esse fato histórico consolidou-se como a primeira importante participação militar da mulher na defesa do território brasileiro.
Devido a Primeira Guerra Anglo-Neerlandesa, a República Holandesa não pôde auxiliar os holandeses no Brasil. Com o fim da guerra contra os ingleses, a República Holandesa exige a devolução da colônia em maio de 1654. Sob ameaça de uma nova invasão do Nordeste brasileiro, Portugal cede à exigência dos holandeses. Porém, em 6 de agosto de 1661 a República Holandesa cede formalmente o Nordeste brasileiro à Portugal através da Paz de Haia.
[editar] Geografia
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Faz divisa com Paraíba e Ceará ao norte, Alagoas e Bahia ao sul, Piauí ao oeste e o oceano Atlântico ao leste. Tem 187 km de costa, excluindo a costa do arquipélago de Fernando de Noronha. O arquipélago é visitado por turistas do mundo todo e nativos do estado, que em geral partem do porto do Recife Antigo em cruzeiros internacionais.
Mais da metade do estado é localizado no Sertão, exclusivamente no oeste do estado, é também uma Mesorregião do estado e da Região Nordeste. É um lugar onde há escassez de chuvas, e o clima é semi-desértico (semi-árido), devido à retenção de parte das precipitações pluviais no Planalto da Borborema e correntes de ar seco provenientes do sul da África, entre outros, a vegetação típica é pobre, a Caatinga, os solos são inférteis e as temperaturas são algumas das mais elevadas do país, os índices de insolação são bastante elevados, e na região as secas podem durar por um longo tempo, pois a média anual não supera os 500 milímetros, sendo que em muitos anos as chuvas não alcançam 200 milímetros anuais e ocorrem num curto período de 5 a 10 dias.[12]
[editar] Relevo
A Zona da Mata é marcada por formações onduladas ou melonizadas, características denominadas pelo geógrafo Aziz AbSaber como Domínio dos Mares-de-Morro.

Relevo acidentado de Chã Grande, Zona da Mata , formações onduladas ou melonizadas, na faixa de transição da Zona da Mata para o Agreste.
O Agreste localiza-se sobre este planalto, sua altitude média é de 400m, podendo passar dos 1000m nos pontos mais elevados. A estrutura geológica predominante é a cristalina, sendo responsável, junto com o clima semi-árido, por formações abruptas (pedimentos e pediplanos).
No Sertão as cotas altimétricas decrescem em direção ao Rio São Francisco, formando, em relação ao Planalto da Borborema uma área de depressão relativa. As formações geomorfológicas predominantes são os inselbergues, serras e chapadas, estas últimas aparecendo em áreas sedimentares. Na Microrregião do Pajeú, próximo ao Município de Triunfo, localiza-se o Pico do Papagaio com 1.260 metros, no limite com o sudoeste da Paraíba.
[editar] Baixada Litorânea
Distinguem-se, de leste para oeste: praias protegidas pelos recifes; uma faixa de tabuleiros areníticos, com 40 a 60m de altura; e a faixa de terrenos cristalinos talhados em colinas, que se alteiam suavemente para oeste até alcançarem 200m no sopé da escarpa da Borborema. Tanto a faixa de tabuleiros como a de colinas são cortadas transversalmente por vales largos onde se abrigam amplas várzeas, chamadas planícies aluviais.Fortes contrastes observam-se entre os solos pobres dos tabuleiros e os solos mais ricos das colinas e várzeas. Nos dois últimos repousa a aptidão do litoral pernambucano para o cultivo da cana-de-açúcar, base de sua economia agrícola.
[editar] Planalto da Borborema
A leste, erguem-se sobre a superfície do planalto cristas de leste para oeste, separadas por vales, que configuram parcos relevos de 300m. Aproximadamente no centro-sul do planalto eleva-se o maciço dômico de Garanhuns, que supera a altitude de 1.000m.
[editar] Clima
O Estado está inserido na zona intertropical, logo apresenta predominantemente temperaturas altas, todavia o quadro climático é bem diversificado devido à interferência do relevo e das massas de ar.Na Zona da Mata o clima é predominantemente pseudotropical, com fortes chuvas no outono e inverno. Já no Agreste as condições climáticas são diversificadas por ser uma região de ecótone, apresentando áreas mais úmidas e outras mais secas, onde predomina o clima semi-árido. No Sertão, o clima é semi-árido quente, devido à retenção das precipitações pluviais no Planalto da Borborema e correntes de ar seco provenientes do sul da África (tépida caalariana ou TK), entre outros fatores menos importantes.
Pernambuco tem uma área de 87.317 km²[12] localizados no chamado Polígono das Secas, que se estende do extremo norte de Minas Gerais, até o Piauí e está sujeita a secas periódicas. Essa área corresponde a 88,84% do território pernambucano, ocupando as regiões do agreste e sertão. É a região com as menores e mais irregulares precipitações pluviométricas. A média anual não supera os 600 mm, com o registro vários anos em que as chuvas não alcançam os 200 mm anuais e, muitas vezes, ocorrendo num curto período de 5 a 10 dias.
No agreste e sertão aparecem áreas de exceções - principalmente cidades com microclima de altitude, com temperaturas que podem chegar a 8 °C durante o inverno,[15] como Triunfo, Garanhuns e Taquaritinga do Norte, que são considerados Brejos de Altitude. Outra exceção é a mesorregião do São Francisco, mais úmida que as circundantes por conta do Rio São Francisco e a irrigação proveniente dele.
Municípios como Triunfo, Poção, Capoeiras, Caetés, Jupi, Garanhuns, Lajedo e Saloá são classificados como Cw'a ou Cs'a (temperatura média do mês mais frio abaixo de 18 °C[14]). Curiosamente, tais classificações são de clima mediterrânico, incomuns na região.
Por influência das massas de ar úmido com ação no inverno, a Zona da Mata e o Agreste tem chuvas concentradas durante a estação mais fria.
[editar] Litoral
[editar] Vegetação
A vegetação litorânea do estado de Pernambuco apresenta, matas, manguezais e cerrados, que recebem a denominação de "tabuleiro", formado por gramíneas e arbustos tortuosos, predominantemente representados, entre outras espécies por batiputás e mangabeiras.Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a presença de árvores altas, sempre verdes, como a peroba e a sucupira. Localizados nos estuários, os manguezais apresentam árvores com raízes de suporte, adaptadas à sobrevivência neste tipo de ambiente natural.
A vegetação nativa do planalto da Borborema e do Sertão caracteriza-se pela presença da caatinga, devido ao clima quente e seco característico da região. A caatinga pode ser do tipo arbóreo, com espécies como a baraúna, ou arbustivo representado, entre outras espécies pelo xique-xique e o mandacaru.
[editar] Hidrografia
São Francisco, Capibaribe, Ipojuca, Una, Pajeú e Jaboatão são os rios principais. O São Francisco é de importância vital para o interior do estado, principalmente para distribuição de umidade através de irrigação. Veja lista de rios de Pernambuco
[editar] Demografia
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A importância do estado de Pernambuco no contexto brasileiro é uma decorrência não só do contingente populacional que abriga, mas também pela Importância de sua capital, a cidade do Recife, uma das mais populosas do país, com cerca de 1.561.659 no ano de 2009. E a Região Metropolitana do Recife, que além da capital possui mais 13 municípios, possuia 3.787.667 habitantes no ano de 2009, sendo a 6ª mais populosa do país.
O censo de 2000 revelou que a população urbana de Pernambuco é hoje maior que a população rural, assim como na maioria do país. Cerca de 76,5% dos habitantes do estado moram em zonas urbanas. A densidade demográfica estadual é de 80,3 hab./km².
[editar] Municípios mais populosos
Cidades mais populosas de Pernambuco | |||||||||||
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Posição | Cidade | Mesorregião | População | Posição | Cidade | Mesorregião | População | ![]() Recife ![]() Jaboatão dos Guararapes ![]() Olinda | |||
1 | Recife | Recife | 1 561 659 | 11 | Igarassu | Recife | 100 191 | ||||
2 | J. dos Guararapes | Recife | 687 688 | 12 | S. Lourenço da Mata | Recife | 99 945 | ||||
3 | Olinda | Recife | 397 268 | 13 | Abreu e Lima | Recife | 96 266 | ||||
4 | Paulista | Recife | 319 373 | 14 | Serra Talhada | Sertão | 83 245 | ||||
5 | Caruaru | Agreste | 298 501 | 15 | S. Cruz do Capibaribe | Agreste | 80 330 | ||||
6 | Petrolina | São Francisco | 281 851 | 16 | Araripina | Sertão | 79 877 | ||||
7 | Cabo de S. Agostinho | Recife | 171 583 | 17 | Ipojuca | Recife | 75 512 | ||||
8 | Camaragibe | Recife | 143 210 | 18 | Gravatá | Agreste | 75 229 | ||||
9 | Garanhuns | Agreste | 131 313 | 19 | Goiana | Mata | 74 424 | ||||
10 | Vitória de S. Antão | Mata | 126 399 | 20 | Belo Jardim | Agreste | 74 028 |
[editar] Evolução demográfica
- Evolução demográfica do estado de Pernambuco.

[editar] Composição étnica
Cor/Raça | Porcentagem[18] |
---|---|
Brancos | 37,9 |
Negros | 6,3 |
Pardos | 55,2 |
Amarelos ou Indígenas | 0,6 |
[editar] Africanos
Através de carta escrita em 1539, ao Rei D. João III, pelo capitão Duarte Coelho Pereira, foi autorizado a importação de 24 escravos africanos da costa da Guiné.Em 1570, as Capitanias de Pernambuco e Bahia recebem juntas 30.000 negros da Guiné. No decorrer da ocupação holandesa o número aumentou, chegando a apresentar 500 mil cativos, a maioria angolanos. [carece de fontes]
[editar] Índios
Etnias indígenas | Pessoas[20] |
---|---|
Pankararu | 4.062 |
Kambiwá | 1.400 |
Atikum | 4.506 |
Xucuru | 8.502 |
Fulniô | 3.048 |
Truká | 2.535 |
Tuxá | 47 |
Kapinawá | 1.035 |
Pipipãs | 591 |
Total | 25.726 |
A presença autóctone no estado data de mais 10 mil anos. Pinturas rupestres são encontradas em várias áreas do sertão e agreste do estado, sendo as mais conhecidas as do Vale do Catimbau no Município de Buíque, agreste pernambucano.
Hoje há cerca de 15 mil índios no estado, vivendo em reservas indígenas no agreste e sertão.
[editar] Portugueses
A colonização iniciou-se com os portugueses. Duarte Coelho Pereira tomou posse de sua capitania, Pernambuco, à qual chamou Nova Lusitânia. Com ele, além das famílias burguesas e fidalgas, vieram alguns portugueses do norte de Portugal, Madeira e Açores.Depois do Minho, a Madeira foi a região de Portugal que mais enviou portugueses para Pernambuco.[22]
A emigração portuguesa para Pernambuco se dividiu em duas fases: entre os séculos XVI ao XVIII, maioria de abastados (nobres e burgueses), e entre os séculos XVIII ao XX, maioria de populares do norte e ilhas portuguesas.[23]
[editar] Portugueses
A colonização iniciou-se com os portugueses. Duarte Coelho Pereira tomou posse de sua capitania, Pernambuco, à qual chamou Nova Lusitânia. Com ele, além das famílias burguesas e fidalgas, vieram alguns portugueses do norte de Portugal, Madeira e Açores.Depois do Minho, a Madeira foi a região de Portugal que mais enviou portugueses para Pernambuco.[22]
A emigração portuguesa para Pernambuco se dividiu em duas fases: entre os séculos XVI ao XVIII, maioria de abastados (nobres e burgueses), e entre os séculos XVIII ao XX, maioria de populares do norte e ilhas portuguesas.[23]
[editar] Espanhóis
Os espanhóis também se fizeram presentes, embora em menor número que os portugueses.[24][editar] Alemães
Presença marcante também foi dos alemães. Os primeiros registros datam do século XVII, com a chegada da corte holandesa no Estado, que trouxe alguns alemães. As duas guerras mundiais também impulsionaram a colônia alemã no Recife, que já contou com 1,2 mil imigrantes.[25] Esta presença alemã pode ser observada no Deutscher Klub Pernambuco, fundado em 1920, e que antes era restrito apenas à colônia alemã e seus descendentes. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Deutscher Klub Pernambuco, que tinha ligação com o Partido Nazista,[26][27][28][29] foi considerado propriedade alemã e sofreu uma desapropriação pelo Governo Federal, sendo reavido à colônia alemã pernambucana com o fim do conflito. A partir de 1960, o clube passou a organizar a sua Oktoberfest, a tradicional festa da cerveja do Sul da Alemanha.[30] Outra Oktoberfest menor é realizada em Olinda, conhecida como Oktoberfest in der Altstadt von Olinda.Outras instituições que marcam a história alemã no Recife são o Instituto de Cultura Germânica, que era a escola para os filhos de imigrantes alemães e ingleses, e o Centro Cultural Brasil-Alemanha (CCBA), centro que difunde a língua e cultura alemãs na cidade, sendo reconhecido pelo Consulado Geral da República Federal da Alemanha no Recife e pelo Instituto Goethe. A presença alemã na cidade é também responsável pelo fato de o único consulado alemão que tem jurisdição sobre todo o Norte/Nordeste do país estar na capital pernambucana.
[editar] Ingleses
Os ingleses influenciaram profundamente o Estado e principalmente sua capital. Já no começo do século XIX, a presença inglesa no Recife podia ser constada pela presença de várias empresas, entre as quais estão Great Western, Western Telegraph Company, Pernambuco Tramways and Power Company, Huascar Purcell, Pernambuco Paper Mills, Western of Brazil Railway Company, Price Waterhouse, Machine Cotton, John A. Thom, Cory & Brothers, Bank of London & South America, London & River Plate Bank, Royal Bank of Canada, Boxwell & Cia., Williams & Cia., Conolly & Cia., Ayres & Son e White Martins.Já que a colônia inglesa não se fez massivamente presente no resto do Brasil, Recife é uma das poucas cidades brasileiras que tem um cemitério próprio para os imigrantes ingleses e seus descendentes, o Cemitério dos Ingleses. O cemitério encontra-se fechado a maior parte do tempo. Apresenta um portão de ferro datado de 1852 - obra dos ingleses da Fundição d'Aurora - e possui um administrador particular, não remunerado, que é eleito por ingleses e seus descendentes.
A Igreja Anglicana já estava presente no Recife com a Holy Trinity Church, que ficava no bairro da Boa Vista. Hoje, a Igreja Anglicana se encontra no bairro dos Aflitos. Também na Boa Vista, no século XIX, foi fundado o British Hospital, que era destinado aos súditos britânicos. Ainda na Boa Vista, havia uma rua que ganhou fama por hospedar ingleses, rua esta que recebeu o nome de Rua do Padre Inglês e assim o mantém até hoje.
Uma lenda que faz parte do folclore pernambucano é que a palavra "forró" surgiu quando a Great Western, para comemorar a inauguração de sua primeira estrada de ferro, promoveu um baile animado por sanfona e zabumba, colocando um cartaz escrito "for all" (para todos).
A influência inglesa se fez sentir, ainda, em certos hábitos: o uso do tecido tropical inglês, do linho diagonal branco - o Taylor & 120 - que não feria a pele do pescoço, da casimira, a gravatinha borboleta, os sapatos com polainas, os chapéus de palha e as bengalas.
Em 1928, George Litlle, funcionário graduado da Great Western, e alguns de seus amigos criaram um clube de golf, denominado Pernambuco Golf Club, que deu origem ao atual Caxangá Golf & Country Club. O Town British Club, na rua Bom Jesus, em cima do London Bank, foi fundado também pelos ingleses.
Também fazem parte das paisagens recifenses mais antigas os bondes que circulavam pela cidade. Ainda hoje, é possível ver os trilhos em ruas no bairro do Recife Antigo, bairro que ainda preserva um pouco da história da cidade com ruas de pedra e trilhos de bonde, além de prédios antigos onde hoje funcionam cervejarias, bares e cafés. O último bonde inglês a circular no Recife fazia o trajeto Boa Vista - Madalena, e funcionou até março de 1954. O bonde permanece exposto na Fundação Joaquim Nabuco.[31]
[editar] Árabes
Migração considerável igualmente foi a árabe. O motivo maior da vinda de árabes para o Brasil foi a instabilidade na região do Oriente Médio trazida com a dominação do Império Otomano.O imperador Dom Pedro II, que falava árabe[carece de fontes], visitou o Líbano e a Síria em 1876. Em Damasco, capital síria, o imperador escreveu um poema, que enviou ao Visconde de Taunay, onde lia-se: "Damasco dos milênios, berço da civilização, e quem a construiu ajudará a construir o Brasil".[32] O fluxo migratório árabe para o Brasil foi estimulado e intensificado no fim do século XIX.
No Recife, uma das marcas dos imigrantes é o Clube Libanês, erguido pela colônia libanesa, no bairro do Pina. O primeiro contato árabe com o Estado, entretanto, se fez com missionários católicos sírios que chegaram a Pernambuco nas caravanas portuguesas.[33]
[editar] Outras etnias
Houve, em menor escala, imigração de outros povos. Famílias de outros países germânicos além de Inglaterra e Alemanha chegaram a marcar presença em Pernambuco. Os holandeses, apesar de terem quase majoritariamente partido do Estado, deixaram algumas famílias na capital. Gilberto Freyre, por exemplo, uma das maiores figuras públicas da história do Estado, certa vez escreveu: "Sou, aliás, descendente de espanhóis, tendo também sangue nórdico, holandês, português e, na quarta geração de antepassados, sangue ameríndio, e nenhum africano, admitindo ainda possível raiz árabe e judia."[34]Em pequeno número, encontram-se ainda descendentes de italianos, japoneses (especialmente no interior, em Bonito e Petrolina)[35] e russos, tendo o primeiro grupo da Rússia chegado, ainda no século XIX, no porto do Recife nos navios Nadejda e Neva. Outra lenda pernambucana, aliás, diz que os passos de frevo teriam sido incorporados à música por influência dos passos da dança folclórica russa quando estes foram convidados pelos recifenses para uma festa.
[editar] Religião
- Católicos - 5.833.736 pessoas
- Protestantes - 1.033.324 pessoas
- Espíritas - 91.655 pessoas
- Religiões Afro-brasileiras - 12.988 pessoas
- Judaísmo - 4.160 pessoas
- Religiões Orientais - 3.650 pessoas
- Outras religiões - 47.225 pessoas
- Sem religião - 866.311 pessoas
- Não determinado - 8.425 pessoas
[editar] Economia
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Açúcar | 40% | |
Petroquímicos | 11% | |
Peixes e Crustáceos | 10% | |
Frutas | 9% | |
Materiais Elétricos | 9% | |
Outros | 21% |
A economia de Pernambuco, após ficar estagnada durante a "década perdida" de 1985 a 1995, vem crescendo rapidamente desde o final do século XX para o começo do século XXI. Em 2007, o PIB per capita foi de 7.337 reais, apresentando um crescimento acelerado em comparação com o valor de 3.673 reais de 2000.
Desde o início da dominação portuguesa, o estado foi basicamente agrícola, tendo destaque na produção nacional de cana-de-açúcar devido ao clima e ao solo tipo massapê. Nas últimas décadas, porém, essa quase dedicação exclusiva à produção de açúcar e álcool da cana-de-açúcar vêm terminando.
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Agropecuária | 7,7% | |
Indústria | 33,3% | |
Comércio e Serviços | 59% |
O crescimento da monocultura de cana-de-açúcar (aumento de 20% entre a safra de 1999 e a de 2000) vem diminuindo a cada ano, e eventualmente será nula, posteriormente tendendo a regredir. Perde espaço para a indústria, comércio e serviços no estado.
- Indicadores
- PIB - O Produto Interno Bruto de Pernambuco foi de R$ 62.555.687 mil em 2007[3]. Em 10 anos, o PIB aumentou mais de cinco vezes (1994-2004).
- Exportações - O principal produto exportado pelo estado é a cana-de-açúcar cultivada na Zona da Mata. Em 2001, as exportações totalizaram US$ 335 milhões.
[editar] Setor primário
Na mineração, destacam-se a argila, calcário, ferro, gipsita, granito, ouro e quartzo. O município de Araripina destaca-se pela extração mineral da gipsita, onde localizam-se as maiores reservas do país, e é fornecedor de 95% do gesso consumido no Brasil.[carece de fontes]
[editar] Setor secundário

Arranha-céus na área de Boa Viagem/Setúbal, no Recife. Nos últimos anos a cidade se tornou pólo da construção civil no estado.
Recentemente Pernambuco foi escolhido para a implantação de unidades das seguintes empresas, entre eles o maior estaleiro do hemisfério sul,[40] o Estaleiro Atlântico Sul:
- Petrobrás e PDVSA - Refinaria;
- Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e Samsung-Estaleiro Atlântico Sul;
- Hemobrás - Fábrica de Hemoderivados;
- Novartis - Fábrica de Vacinas;
- Bunge - Moinho;
- CSN - Siderúrgica;
- Gerdau - Usina;
- Mossi & Ghisolfi - Fábrica de resina PET.
O pólo de informática do Recife - Porto Digital - apesar de criado em 2000, está entre os cinco maiores do Brasil. Emprega cerca de três mil pessoas, e tem 3,5% de participação no PIB do estado.[41]
[editar] Papel de centralizador econômico
Por sua posição geográfica e disposições históricas, o estado atua como um centralizador econômico no Nordeste há séculos.Num raio de 300 km do Recife, vivem doze milhões de pessoas, 54,7 bilhões de reais de PIB, mais da metade dos centros de pesquisa da Nordeste, quatro grandes portos e dois aeroportos internacionais. Ao estender o raio para 800 km, se concentra 90% do PIB de toda a região Nordeste.[42] Isso se deve principalmente à posição central do estado e da RMR em relação ao Nordeste e da proximidade da cidade do Recife de outras capitais de estado como João Pessoa e Maceió, além de importantes centros urbanos interioranos como Campina Grande, Caruaru, Garanhuns e Arapiraca.
[editar] Turismo
No Recife o Galo da Madrugada é o maior bloco carnavalesco do mundo, e que em 1995 foi registrado no Guiness Book, reunindo um número de pessoas quase igual à população da cidade?[43]A igreja católica mais antiga do Brasil, construída em 1535, está localizada em Igarassu[44]
- Pontos turísticos
- Litoral Sul
Turistas de todo o país se hospedam nos luxuosos hotéis e resorts do litoral. Conta também com importantes pólos industriais, principalmente petroquímicos, e o porto de Suape, de importância nacional.
Atualmente o litoral sul vive uma fase de progresso franco e rápido. Só na praia de Muro Alto, localizada no município de Ipojuca, foram investidos mais de R$ 70 mi pela iniciativa privada para a construção de resorts de nível internacional, aptos a receber hóspedes de todos os países. Através do Programa de Desenvolvimento Integrado do Turismo, no litoral sul foram investidos US$ 25 mi para obras de infra-estrutura, capacitação de mão-de-obra e preservação do patrimônio histórico. Com o Fundo de Amparo ao Trabalhador, foram capacitados cerca de 890 profissionais para a área de turismo. Pelo mesmo fundo, 2400 pessoas foram treinadas para trabalhar nas indústrias do litoral.[45]
Praia mais famosa do litoral sul, Porto de Galinhas ajuda a duplicar a população de Ipojuca todo verão. Os 60 mil habitantes do município desfrutam de 10 mil vagas de trabalho, diretas e indiretas, provenientes exclusivamente do turismo, ultrapassando a capacidade máxima de 7 mil postos oferecidos pelo secular trabalho nos latifúndios de cana-de-açúcar. Segundo a Associação da Indústria Hoteleira em Pernambuco (ABIH/PE), 90% da mão-de-obra empregada nos hotéis, restaurantes, lojas de artesanato e demais segmentos turísticos são oriundos da próprio município de Ipojuca e arredores.[46]
As principais praias do litoral sul são as dos municípios de:
- Recife (Boa Viagem e Pina)
- Jaboatão dos Guararapes (Barra de Jangada, Candeias, Piedade)
- Cabo de Santo Agostinho (Calhetas, Enseada dos Corais, Gaibu, Itapuama, Paiva, Paraíso, Suape e Xaréu)
- Ipojuca (Camboa, Cupe, Muro Alto, Pontal de Maracaípe, Porto de Galinhas e Serrambi)
- São José da Coroa Grande (São José da Coroa Grande Barra da Cruz, Gravatá e Várzea do Una)
- Sirinhaém (Barra de Sirinhaém, Guadalupe e Gamela)
- Tamandaré (Tamandaré, Mamocambinhas e dos Carneiros)
A economia do litoral sul não-urbano é baseado em turismo e artesanato. Em Porto de Galinhas, há diversos restaurantes, bares, lojas de artesanato e de artigos de mergulho, casas de shows, além de dezenas de hotéis e pousadas.
- Litoral Norte
Além das praias, também é conhecido por ter o Veneza Water Park, um dos maiores parques aquáticos do Brasil, na praia de Maria Farinha.
As principais praias do Litoral Norte são as dos municípios de:
- Paulista (Maria Farinha, Conceição, Pau Amarelo e Janga)
- Goiana (Pontas de Pedra, Carne de Vaca, Catuama, Barra de Catuama e Atapuz)
- Itamaracá (Itamaracá e Gavoa)
- Olinda (Rio Doce e Casa Caiada)
- Fernando de Noronha
[editar] Infraestrutura
[editar] Saúde
Mortalidade infantil | 41,2‰[47] |
---|---|
Médicos | 12,6 por 10mil hab. |
Leitos hospitalares | 2,7 por 1000 hab. |
[editar] Educação
Ano![]() | Portugues![]() | Redação![]() |
---|---|---|
2006[49] Média | 35,97 (9º) 36,90 | 51,01 (13º) 52,08 |
2007[50] Média | 49,75 (10º) 51,52 | 55,35 (12º) 55,99 |
2008[51] Média | 40,05 (10º) 41,69 | 57,29 (21º) 59,35 |
Pernambuco tem suas principais faculdades e universidades fundadas no século XIX e XX. Algumas se destacaram nacionalmente. A centenária Faculdade de Direito do Recife, hoje vinculada à UFPE, fundada a 11 de agosto de 1827, foi o primeiro curso superior de direito do Brasil, juntamente com o curso de São Paulo, ainda sob governo de Dom Pedro I. Nela importantes nomes da história brasileira estudaram, destacando, dentre inúmeros outros expoentes, o poeta, abolicionista e escritor baiano Castro Alves, o jurista Clóvis Bevilaqua, o jurista Torquato de Castro, o jurista e pensador Tobias Barreto e o diplomata, escritor e político abolicionista Joaquim Nabuco. Ainda hoje a festejada faculdade de Direito do Recife, honrando sua tradição, é um centro de excelência no ensino do direito, estando, tanto em nivel de graduação como de pós-graduação, entre os cinco melhores cursos jurídicos do Brasil, segundo a OAB e o MEC.[53]
A UFPE, que, completou 60 anos em 2006, é uma das mais antiga instituições federais do Brasil. Há também a Universidade Federal Rural de Penambuco UFRPE, fundada em 1912 como Escola Superior de Agricultura, hoje a instituição desenvolve suas atividades voltadas para a busca intensa do conhecimento científico nas áreas de Ciências Agrárias, Humanas e Sociais, Biológicas, Exatas e da Terra. O Estado possui dois Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano), antigos CEFETs e escolas técnica e agrotécnicas federais, que além de se dedicarem ao ensino técnico, a quase 100 anos, têm oferecido com excelência cursos superiores tecnológicos. Outra instituição importante é a UPE, Universidade de Pernambuco, antiga FESP, que é uma universidade estadual com campus avançados em várias cidades do interior do Estado.[54]
[editar] Transportes
A principal forma de transporte do estado são rodovias. As mais importantes são a BR-101, que, avançando pela costa pernambucana, liga o norte ao sul do estado, passando pela RMR, e a BR-232, ligando a capital ao interior do estado, no sentido leste-oeste.O estado tem dois aeroportos internacionais. O Aeroporto Internacional do Recife - Gilberto Freyre é o maior aeroporto do Norte-Nordeste, com uma pista de 3305 m e capacidade para 5 milhões de passageiros ao ano.[55] O Aeroporto de Petrolina possui a segunda maior pista de pouso do Nordeste e o seu principal emprego é no transporte da produção de frutas do Vale do São Francisco para o exterior.
Pernambuco apresenta dois portos marítimos: o de Suape, segundo maior do Brasil, localizado no município de Ipojuca, e o do Recife, um dos mais antigos do Brasil, que muitos estudiosos afirmam ter dado início ao Recife.
As rodovias mais importantes são a BR-101, na costa do estado, no sentido de norte-sul, passsando pela Grande Recife, e a BR-232, que se estende em sentido leste-oeste partindo da cidade do Recife, onde começa no trevo da avenida Abdias de Carvalho com a BR-101, em direção ao interior do estado. A ligação BR-316/122/407/428/110 faz a ligação das localidades da margem esquerda do São Francisco em Pernambuco entre Petrolina e Petrolândia.
[editar] Ferrovias
O estado teve uma das primeiras ferrovias do país - a Recife-Cabo de Santo Agostinho, inaugurada a 8 de setembro de 1855, ainda no Brasil Império, construída para transporte de passageiros e carga. Logo após completada, foram iniciados os trechos Ipojuca-Olinda-Escada e em seguida Limoeiro-Ribeirão-Água Preta-Palmares. Em 1882, foi completado o trecho Palmares-Catende, seguido de Garanhuns (1887), Mimoso (1911), Arcoverde (1912) e Salgueiro.A novidade provocou curiosidade e festividade entre os recifenses. Em sua estreia, o trem da linha Recife-Cabo, partindo do Forte das Cinco Pontas transportou mais de 400 pessoas. A locomotiva partiu às 12h e 30 minutos depois atingiu o ponto de chegada, onde uma multidão aguardava.
A Transnordestina consiste em 867 km de ferrovias interligando o centro do Nordeste com o Sudeste. Foi sugerida já no século XIX, e permaneceu como promessa até os dias de hoje.
O Metrô do Recife foi inaugurado em março de 1985, com a linha Werneck-Centro, de 6,2 km de extensão. Seguiram-se construções de outras estações, e em outubro de 1986 chegou ao Terminal Integrado de Passageiros, TIP (rodoviária do Recife). Atualmente estão sendo feitas obras para a expansão da rede em direção ao aeroporto, apresentando projeto de integração com o mesmo.
O Terminal Integrado de Passageiros foi inaugurada a outubro de 1986, sendo a segunda maior estação rodoviária do país. Ocupa 446.000 m², e possui diversas lojas em seus quatro pisos.
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